https://www.entropia.slg.br/index.php/entropia/issue/feed Entropia 2024-02-06T02:31:55+00:00 Fernando Antonio da Costa Vieira fermavieira@entropia.slg.br Open Journal Systems <p>Na termodinâmica, entropia é o conceito que mede a grandeza da desordem de um sistema físico que se apresenta como a medida do grau de desorganização das partículas em um determinado sistema. De acordo com a lei da termodinâmica, a entropia é o grau de aleatoriedade em qualquer sistema sempre aumentado. Então quanto maior a desordem, maior a alteração do seu estado e, consequentemente, maior será o grau de entropia. Pode ser chamada de entropia negativa quando leva à falência um sistema, ou seja, não há alteração do seu estado.</p> <p>Ao refletir sobre a mídia, a entropia da informação é definida como sendo uma forma de medir a quantidade de informação. Está relacionada com entropia negativa, ou seja, quando a informação é estabelecida, o grau de entropia será menor. É a entropia da informação que identifica o grau de incerteza de uma informação.</p> <p>A sociedade brasileira se caracteriza pela exclusão, pelo caos social, pela grandeza da desordem e da desigualdade, por olhares difusos acerca de sua própria realidade, em parte, por conta das leituras entrópicas apresentadas pelas grandes corporações midiáticas.</p> <p>Nesse contexto, os movimentos sociais buscam redefinir essa realidade trazendo à tona o que se encontrava submerso: a exclusão, o autoritarismo, a repressão. Por conta disso, são criminalizados e desqualificados pelas corporações midiáticas. Entropia buscará desvelar a grandeza das lutas efetuadas pelos movimentos sociais e o embate contra a mídia tradicional. Medir a grandeza da desordem social do país e as tensões que envolvem essas relações é o objetivo da revista.</p> <p>A revista Entropia é fruto da atuação do Laboratório de Movimentos Sociais e Mídia (LMSM) que é vinculado ao programa de Pós-Graduação em Sociologia Política do IUPERJ/UCAM (PPGSP IUPERJ/UCAM)</p> https://www.entropia.slg.br/index.php/entropia/article/view/530 RESENHA DO LIVRO: A ATUALIDADE DA TEORIA POLÍTICA DE NICOS POULANTZAS 2024-02-03T01:05:36+00:00 Luana Forlini luana.forlini@gmail.com <p>Nicos Poulantzas escreveu e publicou suas principais obras entre as décadas de 1960 e 1970, nas quais desenvolveu conceitos importantes como o Estado, classes sociais, frações de classes, bloco no poder, entre outros. Sua trajetória inclui análise de processos políticos em formações sociais concretas, como o fascismo, regimes ditatoriais e a internacionalização e internalização de capital estrangeiro, no caso como o capital imperialista dos Estados Unidos estava influenciando a formação do bloco no poder dos Estados europeus após a Segunda Guerra Mundial. A análise a partir de seus conceitos oferece um arcabouço de ferramentas teóricas poderosas para pesquisas que buscam compreender a atualidade ou outros processos políticos sobre os quais Poulantzas não se debruçou.</p> 2024-02-06T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 Entropia https://www.entropia.slg.br/index.php/entropia/article/view/513 APRESENTACÃO 2024-01-26T00:55:27+00:00 <p>Em 8 de janeiro de 2023, o Brasil assistiu assombrado o avanço da turba que ao destruir o Congresso, o Planalto e o STF buscava destruir a própria democracia brasileira. Nós, do Laboratório de Movimentos Sociais e Mídia (LMSM) que controla a revista Entropia publicamos nota nas redes sociais condenando a ação golpista e defendendo a manutenção do governo eleito do presidente Lula.</p> <p>Escrevemos: “Em 1985, após 21 anos de trevas, arbítrio, violência estatal e graves violações dos direitos humanos, o Brasil retomou os rumos do processo de democratização, brutalmente interrompido pelo golpe civil-militar de 1964.</p> <p>A Constituição de 1988, ainda que com limitações, reforçou esse compromisso com a democracia e fundamentou as bases da Nova República – processo em franca deterioração desde 2016.</p> <p>Com a vitória eleitoral do Sr. Jair Messias Bolsonaro, aprofundou-se a ameaça contra o Estado Democrático de Direito. Aliás, desde que tomou posse, o presidente vem manifestando diuturnamente o seu desprezo pelos princípios mais elementares da vida democrática.”</p> <p>E terminamos com um chamado aos nossos parceiros: “Nós do LMSM nos posicionamos na defesa da democracia no Brasil. Não nos omitimos e não nos calaremos frente aos preparativos, cada vez mais nítidos, de uma nova aventura golpista, instaurando uma nova jornada de arbitrariedades, violência e terror.</p> <p>A ciência jamais poderia se calar frente às sombras do irracionalismo e à impostura dos que dela se utilizam apenas como recurso retórico.</p> <p>O LMSM conclama seus parceiros a uma firma posição contra o golpe e em favor da democracia.”</p> <p>Um ano após&nbsp; o triste episódio, o LMSM e a revista Entropia congratula-se com o povo brasileiro que ainda pode respirar a liberdade democrática.</p> <p>Nessa edição teremos o artigo de Alexandre Camargo e Katia Ramos que analisam um momento marcante para explicar o avanço da extrema-direita no país: as jornadas de junho em 2013. No texto procuram rediscutir conceitos sociológicos que permitam melhor compreensão do papel dos atores envolvidos naquele evento.</p> <p>Patrício Dugnani analisa um fenômeno criado pela expansão das redes sociais: os influenciadores digitais. Tendo como referência a produção da Escola de Frankfurt, o autor narra o processo de transformação da informação em mercadoria. Mercadoria percebida pelos influenciadores como entretenimento visando maior capacidade de absorção de lucros.</p> <p>Marta Freitas, Elaine Nascimento e Adriana Pérez&nbsp; buscam analisar a que interesses o modelo prisional atende? Discute qual o propósito do surgimento do moderno modelo prisional. Utilizam em sua análise autores, como por exemplo, Foucault, Wacquant Loic e Baratta Alessandro, entre outros.</p> <p>Felipe Santos e Rogério Ferreira de Souza analisam o processo de construção dos equipamentos esportivos visando os dois megaeventos esportivos que marcaram o Brasil e, em especial, o Rio de Janeiro: a copa do Mundo de Futebol de 2014 e as Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016. O pressuposto básico do texto parte da premissa da nova rearticulação do capital internacional que vê nos megaeventos a transformação da própria cidade em mercadoria garantindo a circulação dos investimentos e a reprodutibilidade do capital.</p> <p>Afranio de Oliveira Silva e Breno Henrique Seixas analisam a série documental&nbsp; Doutor Castor, apresentada pela Globoplay em 2021.&nbsp; Mostram os laços entre a contravenção e o aparato do estado e a desenvoltura com que Castor de Andrade transitava entre os bastidores esportivos – foi patrono do Bangu e levou o clube ao vice-campeonato carioca de 1985 e ao vice do brasileiro de 1985 – e políticos. O uso do samba e do carnaval servia para amenizar o impacto da violência gerada por suas ações ilícitas.</p> <p>Henrique Diaz Nazareth, Aline Vitória Santos e Fabricia Osanai Pires rebatem o argumento neoliberal que vê a escola pública como falida e a escola privada como fonte de toda qualidade e eficiência na educação. Analisam a leitura de três jornais brasileiros que defendem o voucher e as escolas charter na educação. Os autores mostram essa estratégia como uma forma de privatização da educação no país.</p> <p>Regina Monteiro e Fernando Cardoso discutem a oposição de setores conservadores ante Paulo Freire. Discutindo as falas do Escola Sem Partido e de outros movimentos, os autores assinalam que não são críticas pedagógicas se contrapondo a Paulo Freire, mas sim falas ideológicas desprovidas de embasamento pedagógico.</p> <p>Lilian Gomes e Patrícia Lanes refletem sobre espaços de memórias nas áreas urbanas e no processo de reflexão sobre a desmonumentalização em curso. Partindo do caso do monumento de Borba Gato refletem um conjunto de objetos, imagens e eventos sobre Marielle Franco e Marighella.</p> <p>Newvone Ferreira da Costa procura analisar o cotidiano do cárcere apontando que o encarceramento é bem mais que afastar os infratores de delitos do convívio com a sociedade. Para a autora, a prisão é um misto de insalubridade com um&nbsp; aspecto degenerado. O concreto dos muros e ferro das grades e portões se fundem e delineia um espaço frio, sem qualquer menção de ter sido construído para a recuperação, apenas afastamento. Para ela é preciso pensar o encarceramento como uma forma de ressocialização dos presos.</p> <p>Marco Antonio Rossi resgata Charles Fourier nos lembrando da originalidade do pensador francês que desvela as condições miseráveis nos bairros operários criticando um modelo de sociedade que tudo e todos transforma em mercadoria vendida a um preço baixo no mercado. Para o autor é necessário recuperar a dimensão utópica de Fourier na construção de uma sociedade pautada pelo socialismo.</p> <p>Celeste Anunciata Moreira discute a junção assistência e justiça como caminho para a&nbsp; proteção à infância e adolescência. A autora realça ser esse o caminho brasileiro para a ampliação de direitos neste campo. Para a autora, o texto busca discutir&nbsp; alguns elementos deste tema na contemporaneidade, tendo como eixo referencial, o&nbsp; Estatuto da Criança e do Adolescente.</p> <p>Paula Pamplona e Jean-François Yves Deluchey buscam problematizar a naturalização de práticas empresariais que negam a existência de relações trabalhistas entre as plataformas digitais e seus prestadores de serviço. Considerando o peso do discurso neoliberal no interior da sociedade brasileira e sua reprodutibilidade na mídia empresarial, os autores apontam que o mito da uberização é legitimado no Brasil a partir da influência social, por meios jurídicos e legais, para justificar lógicas atreladas a autonomia do trabalho, pelo empreendedorismo de si mesmo.</p> <p>Luana Forlini apresenta a resenha do livro organizado por Angela Lazagna e Tatiana Berringer, “ A atualidade da teoria política de Nicos Poulantzas” publicado pela editora da Universidade Federal do ABC (UFABC).</p> <p>Convidamos nossos leitores não somente a ler a edição, mas também a divulgá-la e a recomendar os artigos para seus parceiros de pesquisa.</p> <p>Boa leitura.</p> 2024-02-06T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 Entropia https://www.entropia.slg.br/index.php/entropia/article/view/516 DA MULTIDÃO AO PÚBLICO: IMAGENS, NARRATIVAS E TECNOPOLÍTICAS NA PRODUÇÃO DA POLARIZAÇÃO PÓS-2013 2024-01-26T02:33:27+00:00 Alexandre de Paiva Rio Camargo alexandre.camargo.2009@gmail.com Katia de Souza Ramos ksramos.geo@gmail.com <p>As manifestações de junho de 2013 trouxeram à tona novas formas de mobilização da sociedade e a emergência de atores que intensificaram os conflitos no espaço público. Estiveram presentes aos primeiros atos pessoas e grupos sociais bastante diversos, de ideologias distintas, que partilhavam um sentimento de indignação generalizado. Entre 2014 e 2015, observamos a organização de novos grupos de direita e a construção da polarização política, cujo ápice foi o <em>impeachment </em>da ex-presidente Dilma Roussef, em 2016, agora com extenso uso de símbolos, gritos de guerra e performances que opunham segmentos de esquerda e direita. O artigo busca contribuir para o debate sobre os significados sociais e políticos das jornadas de junho, realizando uma socio-gênese da polarização que tomou o país. Para tanto, oferecemos um recorte conceitual pouco usual – a passagem da multidão ao público, tal como refletida por Gabriel Tarde-, abordando aspectos ainda carentes de análise, como o papel de narrativas, imagens, números e mapas na construção da opinião pública sobre os acontecimentos, com foco no enquadramento midiático das manifestações ocorridas entre 2013 e 2016.</p> 2024-02-06T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 Entropia https://www.entropia.slg.br/index.php/entropia/article/view/517 ENTRETENIMENTO E AUDIÊNCIA: A INFORMAÇÃO COMO MERCADORIA PARA OS INFLUENCIADORES NO BRASIL 2024-01-26T02:41:52+00:00 Patricio Dugnani patricio.dugnani@gmail.com <p>Pretende-se observar o crescimento dos influenciadores no Brasil, e o uso da informação, não como forma de esclarecimento, mas como mercadoria. A informação é utilizada com frequência pelos influenciadores como forma de entretenimento para aumentar a audiência e gerar lucro. Sendo assim, partindo das críticas da Escola de Frankfurt, bem como da análise da transformação do sujeito em mídia e em mercadoria busca-se compreender esse fenômeno, bem como fazer a crítica a esse processo de transformação de informação em produto, levando-se em consideração a mediação dos meios de comunicação e as transformações sociais na Modernidade Tardia.</p> <p>&nbsp;</p> 2024-02-06T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 Entropia https://www.entropia.slg.br/index.php/entropia/article/view/518 A PRISÃO COMO SISTEMA: OS INTERESSES DO CAPITALISMO E O ENGODO DA RESSOCIALIZAÇÃO 2024-01-27T01:35:43+00:00 Marta Bramuci de Freitas bramuci.a.s@gmail.com Elaine Ferreira do Nascimento negraelaine@gmail.com Adriana Aguiar Pérez adriaguiprz@gmail.com <p>O artigo trata do surgimento e as formas de prisão desde a modernidade ocidental, os seus objetivos e práticas adaptadas de acordo com o contexto político, econômico, social, cultural e com os interesses capitalistas. Questiona qual o propósito do surgimento e manutenção das prisões. O objetivo do trabalho é analisar a que interesses a prisão historicamente atende. Foram apresentados os principais modelos prisionais planejados e implementados; a prisão no capitalismo e o discurso da ressocialização. O estudo é resultado de uma pesquisa de abordagem qualitativa, a coleta de dados foi realizada por meio de revisão bibliográfica e documental e o método analítico foi o materialismo histórico dialético. Os principais autores utilizados foram Michael Foucault, Wacquant Loic, Aguirre Carlos, Bitencourt Cezar, Thompson Augusto e Baratta Alessandro. Os resultados demonstraram que a prisão e a pena se reconfiguram a cada transformação socioeconômica, histórica, política ou ideológica em diferentes épocas e intercruzam-se de acordo com os interesses capitalistas. Identificou-se que a prisão não é capaz de ressocializar e nem reintegrar, outrossim ela controla uma determinada população e garante a manutenção do grande capital.</p> 2024-02-06T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 Entropia https://www.entropia.slg.br/index.php/entropia/article/view/519 A CIDADE EM JOGO: EFEITOS SOCIAIS E URBANOS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS NAS COPAS DE 1950 E 2014 2024-01-27T02:42:21+00:00 Felipe Oliveira Santos felipesantos23@gmail.com Rogério Ferreira de Souza rogeriosouza@iuperj.br <p>O presente artigo tem como objetivo principal descrever e analisar como se deu a construção dos equipamentos esportivos voltados para atender às demandas dos megaeventos esportivos, como Copa do Mundo de Futebol e Olimpiadas. Assim, busca-se pensar quais foram os resultados das políticas públicas que visaram estabelecer novas formas de sociabilidade no espaço urbano na cidade do Rio de Janeiro em detrimento dos megaeventos. A hipótese apresentada neste trabalho, parte da ideia de que os rearranjos governamentais visaram atender a uma demanda do capital internacional, tomando a cidade como mercadoria. Para isto, parte-se de uma análise comparativa entre as Copas de 1950 e 2014. O presente artigo se insere no contexto dos estudos sobre cidade, futebol e os megaeventos esportivos. Parte desses estudos demonstram que a construção de arenas esportivas emerge como tática de produção de novos espaços de sociabilidade sobre o controle de uma entidade transnacional, a FIFA. Os resultados são ingerências sobre a soberania das políticas públicas, nos espaços urbanos, nacionais e locais, gerando um conjunto de controvérsias entre demandas efetivas da população e o interesse do capital internacional.</p> 2024-02-06T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 Entropia https://www.entropia.slg.br/index.php/entropia/article/view/520 UM OLHO NA TELA OUTRO NO CRIME: RELAÇÕES DE SOCIABILIDADE ENTRE CRIME E ESTADO A PARTIR DO DOCUMENTÁRIO DOUTOR CASTOR 2024-01-27T02:53:34+00:00 Afranio de Oliveira Silva afranioliveiraas@gmail.com Breno Henrique Pires Seixas breno_henrrique@hotmail.com <p>Este trabalho tem como objetivo primordial, discutir a interligação entre crime e Estado à luz da série documental <em>Doutor Castor </em>(2021). Através do estudo de caso de Castor Gonçalves de Andrade e Silva é demonstrado como as dimensões sociais, econômicas e simbólicas do Estado ligam-se à contravenção e à criminalidade. Neste arcabouço, crime e Estado são tomados como esferas, não opostas, mas sim, transacionam, dialogam e cooperam. Nesta chave interpretativa, o artigo entende a ideia de mercadoria política como o elemento capaz de operar a relação entre legal/ilegal.</p> 2024-02-06T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 Entropia https://www.entropia.slg.br/index.php/entropia/article/view/521 CHARTER SCHOOLS E VOUCHERS EDUCACIONAIS NOS JORNAIS: O SUBTERFÚGIO DO DISCURSO DA QUALIDADE REPERCUTIDO NA MÍDIA BRASILEIRA 2024-01-27T04:28:03+00:00 Henrique Dias Gomes de Nazareth henrique.dias@edu.unirio.br Aline Vitória Ramos da Silva Santos aline.santos@edu.unirio.br Fabricia Osanai Pires Osanai Pires faosanaipires@gmail.com <p>O presente artigo objetiva analisar textos jornalísticos que abordam propostas de privatização identificadas com as escolas <em>charter</em> e os <em>vouchers </em>educacionais, a fim de contribuir para a superação da concepção estreita de qualidade encontrada nos jornais. Foram examinados os jornais brasileiros com maior incidência de publicações sobre os temas no período de 2009 até 2021, a saber: “Gazeta do Povo”, “O Globo” e “Estadão”. Perseguindo o objetivo, realizou-se uma pesquisa qualitativa que coletou textos jornalísticos e utilizou técnicas de análise de conteúdo (BARDIN, 2010). Notou-se que grande parte dos textos são favoráveis à implementação dos modelos de privatização no Brasil. A defesa desses modelos tem se amparado na ideia de que a qualidade da educação privada é superior, atribuindo isso a uma suposta eficiência da gestão privada atrelada ao desempenho escolar dos estudantes, à competição entre escolas e à responsabilização docente. Ressalta-se que essa premissa não se confirma quando são analisados os resultados obtidos por <em>charter </em>e <em>vouchers </em>nos EUA. Por fim, conclui-se que, os textos jornalísticos ignoram um debate mais profundo acerca dos fatores que interferem na qualidade da educação, promovem uma visão acrítica e ignoram a ineficácia dos instrumentos de gestão empresarial para lidar com os problemas das escolas públicas</p> 2024-02-06T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 Entropia https://www.entropia.slg.br/index.php/entropia/article/view/522 MOVIMENTOS REACIONÁRIOS À TEORIA FREIREANA: UM ESTUDO A PARTIR DA ANÁLISE DE PROJETOS DE LEI PROPOSTOS ENTRE 2015 E 2020 2024-02-02T00:44:47+00:00 Maria Regina Santos Monteiro regina.monteiro@upe.br Fernando da Silva Cardoso fernando.cardoso@upe.br <p>A pesquisa objetiva compreender o que levou e o que leva o patrono da Educação brasileira, Paulo Freire, um dos maiores pensadores da pedagogia mundial, ser mal visto por uma parcela significativa dos brasileiros. Faz-se necessário, então, compreender como os movimentos reacionários se constituem atualmente e como influenciam no processo de ataque ao pensamento freireano. Analisa-se quais as intersecções entre os movimentos reacionários, Paulo Freire e o movimento Escola Sem Partido, que ganhou notório espaço durante o ano de 2015, quando teve seu primeiro Projeto de Lei proposto no Congresso Nacional. Na análise dos Projetos de Lei que versam sobre a destituição de Paulo Freire como patrono da educação brasileira, observamos o uso reiterado do argumento de que Freire é o culpado pela baixa qualidade do ensino brasileiro, além da produção de um discurso afirmando que Freire é um doutrinador de esquerda, que utiliza sua teoria como forma de propagar sua opinião política, bem como afirmam que ele incentiva à balbúrdia e a insubordinação. Dessa maneira, os ataques proferidos contra Freire se colocam dentro de uma contraposição política, em que esses movimentos conservadores, neofascista, servem ao neoliberalismo e buscam delimitar o conteúdo ensinado nas escolas brasileiras, de forma que utilizam Freire como ponto de partida para desarranjar sua obra e o modelo de educação crítica e progressista que ele representa.</p> 2024-02-06T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 Entropia https://www.entropia.slg.br/index.php/entropia/article/view/531 PEDRAS NO CAMINHO DO ESQUECIMENTO: MONUMENTOS, AÇÕES DESMONUMENTALIZADORAS E CONTRAMEMORIAIS NO ESPAÇO PÚBLICO 2024-02-06T02:31:55+00:00 Lilian Alves Gomes lilian.gomes@candidomendes.edu.br Patrícia Lanes patricialanes77@gmail.com <p>A partir da ação desmonumentalizadora direcionada ao monumento em homenagem ao bandeirante Borba Gato, ocorrida em São Paulo - SP, em meados de 2021, neste texto evidenciamos as interpelações recíprocas entre monumentos (e outros objetos memoriais), pessoas e ambientes urbanos. Desse modo, partindo de conflitos de memória no espaço público, refletimos sobre quais objetos e discussões sobre cultura memorial são colocadas em diálogo. Para a presente discussão, nos valemos de dados etnográficos produzidos no Rio de Janeiro, em ambientes digitais e da análise de materiais de imprensa relacionados aos episódios abordados. Além da estátua de Borba Gato, exploramos um conjunto de objetos, imagens e eventos em torno de Marielle Franco e ainda o antimonumento em homenagem a Carlos Marighella.</p> 2024-02-06T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 Entropia https://www.entropia.slg.br/index.php/entropia/article/view/525 O COTIDIANO DO CÁRCERE – UMA FABRICA DE EXPECTATIVA 2024-02-02T01:10:12+00:00 Newvone Ferreira da Costa newvone@hotmail.com <p>O trabalho tem como objetivo discutir o cotidiano no cárcere e pontuar como o encarceramento é bem mais que afastar os indivíduos cometedores de delitos do convívio social. Uma dimensão paralela à sociedade, onde o individuo excluído de seu meio cumpre a sua pena nos estabelecimentos prisionais devendo retornar “recuperado”. Porém há um choque e um hiato entre essa proposta recuperadora e a realidade. A prisão é um misto de insalubridade e de aspecto degenerado. O concreto dos muros e ferro das grades e portões se fundem e delineia um espaço frio, sem qualquer menção de ter sido construído para a recuperação, apenas afastamento.A partir dos conceitos&nbsp; de Foulcaut (1996) que descreve o processo de institucionalização como sendo a base das prisões. Inserir o indivíduo em um cotidiano de regras e de disciplina para que ele seja recuperado e readaptado aos moldes da normalidade. Apontamos o processo de institucionalização como o despojar das características do individuo para revestir-se de um novo em que corresponda a um ideal da sociedade, uma serie de perdas da identidade, buscando-se a conformação de um “corpo dócil”. A intenção desse artigo é estar despertando o interesse não só do conhecimento do que há verdadeiramente por detrás das grades e pensar num outro sistema punitivo, que realmente atenda a segurança social, resocializando, não apenas fechando cadeados e fazendo retornar a sociedade homens recuperados e não revoltados e sem perspectivas que buscarão no crime a forma de sobreviver, tornando em breve um verdadeiro caos social a marginalidade.</p> 2024-02-06T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 Entropia https://www.entropia.slg.br/index.php/entropia/article/view/526 O BEIJO DE CHARLES FOURIER: A UTOPIA DE UM GÊNIO ESQUECIDO 2024-02-02T01:17:52+00:00 Marco Antonio Rossi rossi@uel.br <p>Charles Fourier (1772-1837) é um autor quase esquecido de uma rica tradição de ideias. O chamado socialismo utópico – uma designação que se tornou popular muito depois de seus escritos – deve-lhe os tons pioneiros da crítica ácida à civilização burguesa. Fourier dirigiu sua excentricidade intelectual contra a mesquinharia de um mundo que põe tudo e todos à venda e a preços baixos, recuperando a coragem que tanta falta tem feito nestes tempos de acomodação de velhos ideais e refluxo dos corações revolucionários. Fourier, portanto, merece, a bem das utopias que estão por vir, uma visita tão crítica quanto apaixonada.</p> 2024-02-06T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 Entropia https://www.entropia.slg.br/index.php/entropia/article/view/528 CAMINHOS DO ATENDIMENTO À INFÂNCIA E À ADOLESCÊNCIA: DEBATES SOBRE CIDADANIA 2024-02-03T00:42:19+00:00 Celeste Anunciata Baptista Dias Moreira celestea66@gmail.com <p>A articulação entre a assistência e justiça como via de proteção à infância e adolescência foi o caminho brasileiro para a ampliação de direitos neste campo. As respostas construídas com vistas a atender ao segmento assumiram contornos distintos diante do sistema de justiça, da assistência social e da filantropia no atendimento à criança e ao adolescente com práticas diferenciadas de proteção em razão dos marcos sociais de classe, raça e gênero. O artigo que segue apresenta alguns elementos deste debate na contemporaneidade, considerando o advento do Estatuto da Criança e do Adolescente, seus avanços e desafios ainda a serem enfrentados, em especial após a vacinação em massa contra o Covid-19.</p> 2024-02-06T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 Entropia https://www.entropia.slg.br/index.php/entropia/article/view/529 UBERIZAÇÃO: O MITO NEOLIBERAL 2024-02-03T00:54:09+00:00 Paula Pamplona Beltrão da Silva paulapbeltraos@gmail.com Jean-François Yves Deluchey jfdeluchey@gmail.com <p>As interpretações que o poder judiciário emana sobre matérias de grande repercussão internacional, como a condição dos trabalhadores uberizados, importa ao questionamento porque veicula uma série de ideologias similares aos fundamentos mitológicos que fundam o próprio direito. Por isso, este artigo propõe problematizar a naturalização de práticas empresariais que negam a existência de relações trabalhistas entre as plataformas digitais e seus prestadores de serviço. O método de abordagem foi dedutivo, com metodologia de procedimento monográfico, baseado na revisão da literatura, concomitante com breve pesquisa documental. Considera-se que o mito da uberização é legitimado no Brasil a partir da influência social, por meios jurídicos e legais, para justificar lógicas atreladas a autonomia do trabalho, pelo empreendedorismo de si mesmo.</p> <p>&nbsp;</p> 2024-02-06T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 Entropia