DOCENTES E BRECHA DIGITAL ANTES E DURANTE A PANDEMIA POR COVID19
UM ESTUDO NA AMÉRICA LATINA
DOI:
https://doi.org/10.52765/entropia.v7i14.488Resumo
Antes da emergência sanitária por COVID19, os docentes dispunham de diferentes tecnologias em seus processos de ensino: enquanto alguns incorporavam a dimensão digital em suas aulas através de plataformas, software e encontros digitais, outros simplesmente o viam distante. Com a chegada da pandemia, os docentes tiveram que antecipar seu aprendizado sob a exigência de cumprir o ciclo escolar.
Por sua vez, as Instituições de Ensino Superior intensificaram os cursos de capacitação, assumindo que isso resultava em seu uso eficiente. Além do estresse que este processo educativo trouxe para o docente, os espaços emocional e familiar se viram transformados, entre outros pelos horários e pelas atividades de trabalho. Além disso, os custos do uso intensivo da tecnologia foram transferidos para os professores (internet, luz, equipamentos, recursos digitais, entre outros), o que aprofundou a precariedade em seu trabalho.
Este estudo faz parte de uma investigação de educação comparada[1], com uma abordagem mista, que visa analisar as estratégias tecnológicas dos docentes para o desenvolvimento de propostas educativas que apoiem a redução da brecha digital no seu trabalho bem como os processos sociais, familiares e econômicos por eles percebidos durante a pandemia. A concepção metodológica compreende três etapas. Neste artigo apresentamos parte das descobertas da primeira etapa, que inclui a construção e validação do instrumento de análise. Especificamente, os resultados do teste-piloto do questionário são discutidos.
Foram obtidas 24 respostas de docentes lasallistas de Educação Superior (IES) do México (15), Brasil (5), Colômbia (3) e Peru (1).
Entre as conclusões, houve diferenças semânticas em termos linguísticos em função das regiões geográficas das IES lasallistas. Com relação à apropriação e manejo da tecnologia, descobriu-se que os docentes aplicaram diferentes estratégias para reduzir estas diferenças digitais e que seu ambiente familiar foi profundamente modificado pela virtualidade. A pandemia exigiu que a sala de aula fosse transferida para os domicílios tanto de docentes como de estudantes, o que gerou alguns problemas ou mal-estar, como a falta da tecnologia necessária, o compartilhar de espaços com outras pessoas, o desconhecimento das diferentes ferramentas, e a necessidade de adquirir recursos como computadores, banda larga, entre outros.